quinta-feira, 15 de abril de 2010

quando eu vejo o sol subindo na
nossa inconstância de vida-a-vida,
que não volta

te reparo em meio ao cais:

presságio.

segunda-feira, 12 de abril de 2010

naquelas noites de lua cheia
ele me embalava o sono,
me tocava o rosto
e me dizia, em silêncio,
que essas coisas que a gente sente
eram as mais importantes -
e que o resto poderia esperar.
Joaquim seria meu
em vida e vida -
eternamente.
e seu cheiro de flores
frescas permaneceria
em meu corpo
e o meu corpo no dele,
até que uma chuva
de meteóros transformasse
a noite em fogos de artifício.

joaquim e seus despudores.

joaquim enchia a boca para me falar
despudores sem fim.
eu ficava quieta, com medo do que poderia permitir.

mas ele não parava: te amo,
te amo, te amo.

e o rubor me subia ao rosto
e as mãos suavam, sem norte
buscando qualquer resposta que eu
já não tinha mais.
joaquim brincava com as palavras
assim como brincava com minhas mãos
nas tardes de folga.

e a gente passava horas nesse
jogo silencioso, de quem diz pouco

mas sugere dias tecidos,
alaranjados.